sábado, 13 de agosto de 2011

Mas na novela bate

Internet
As crianças brincam, a menina bate no menino, e ele fala em tom ríspido: - Kívia, mulher não pode bater em homem! Ela abraça a boneca e prepara a resposta, mas interrompo: - homem não pode bater em mulher. E nem mulher bater em homem.

Kívia então respondeu astuta: - Mas na novela bate! Eu vi na novela a Natalie apanhando.


Fico tão bestificada que não consigo revidar com outra resposta, a não ser: - Não, não pode. Enquanto minha afirmação é novamente rebatida pela criança de apenas 8 anos. E aí?

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Texto dos 27

--> -->Aos 10 eu queria ter 15. Nos 15 queria 18. Aos 18 queria ter 21. Depois do 21 não quis ter mais nada porque o tempo passa muito rápido. Pisquei e lá se foram 27. Vinte e sete anos. Tem noção?

Ainda aos 10 gostava de brincar com minha amiga de fazer a "projeção" do futuro. Era mais ou menos assim: aos 22 estaria formada, em alguma profissão que me rendesse muitas cifras (é preciso o registro); 25 com casa, carro e muito viajada; 27 bem casada, e blá blá blá.

Ser bem sucedida na vida, esse era o ambicioso objetivo de futuro. E ser bem sucedida significava ter um marido bom, filhos, casa, carro, etc. Essas coisas que a gente cresce ouvindo. Talvez isso seja ainda hoje o sonho de muitas meninas e pouco disso ainda é o meu. Cresci com exemplos de maridos ruins e me casar era talvez o meu sonho de menos.

Pois bem, me formei aos 23 em um curso que não me rende muito dinheiro, mas em contrapartida gosto muito. Estou com 27 e ainda sem casa própria, carro, porém muito bem sucedida no relacionamento, necessário dizer também.


Meus sonhos de “ter” ainda estão longe de se concretizarem, mas paralelo a isso hoje em dia valorizo muito mais o “ser” e tenho sido ou pelo menos tentado.


Da menina de ontem à mulher de hoje muita coisa mudou obviamente, mas sinto que aos 27 continuo sonhando como criança. Desta vez os sonhos estão crescendo e enquanto o tempo passa vou ao caminho das coisas em que acredito. E no que eu acredito? Ah, acredito em muitas coisas, principalmente que um dia a gente possa ter uma sociedade mais justa e com mais igualdade social.

Aos 27 ainda continuam as dúvidas e também as certezas. Ao longo dessa curta vida tenho colecionado alegrias, amizades, amores, tristezas, frustrações, parte comum da vida de qualquer se humano.

Aos 27 continuo faladeira, inocente, com voz de manteiga derretida, descabelada, faminta, desajeitada e ansiosa, muito diga-se de passagem.

Minha convicção aos 27 é que ainda quero muito mais dessa vida que está só começando e como boa gulosa quero devorar minha vida direitinho, apreciar cada sabor, dissabor, doces e amarguras. Afinal, ainda estou aprendendo sobre parte daquilo que sou.